Valor percebido não é o perceber o valor na etiqueta de preço de um produto.
Primeiramente destaco que não sou especialista em marketing, mas vou tentar, dentro das minhas limitações, discorrer um pouco sobre o tema dentro da área que trabalho aqui no site e nos textos semanais. Na Wikipédia é definido como “[…] a percepção do cliente de custo-benefício de um produto, serviço ou organizações, sendo uma preocupação relevante entre o relacionamento dos mesmos, influenciando as estratégias de preços e serviços nos quais serão repassados aos clientes.” (Brei, Vinícius Andrade, e Carlos Alberto Vargas Rossi). Podemos dizer que é o quanto um cliente valoriza um produto segundo suas características em relação a conceitos do próprio cliente, que podem ser, por exemplo:
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- Necessidade;
- Utilidade;
- Reconhecimento;
- Status social associado;
- Recompensa;
- Comparação com produtos semelhantes;
- Entre outros.
No mercado de artes, o status de uma obra é o item mais importante dessa lista, causando situações curiosas onde obras sem sentido aparente (arte contemporânea) chegam a valer milhares ou milhões apenas porque o artista tem apelo entre os atuais críticos de arte ou o conceito explicado pelo autor é absorvido por estes. As histórias em quadrinhos como obra de arte também podem ter essa influência de críticos, mas como no Brasil há uma grande carência de pessoas trabalhando nessa área (recomendo ouvir o podcast que gravei sobre isso), apenas por aparecer em algum site de renome pode elevar o status de uma obra imediatamente perante os que valorizam a opinião deste veículo.
Em um cenário onde o possível leitor tem contato físico com a obra, ele vai avaliar por alguns segundos, mesmo que inconscientemente, os tópicos listados acima. Existem aí também os itens relativos a essa arte: capa, acabamento, desenho, quantidade de páginas, público alvo… e nos mais interessados, o resumo na contracapa ou orelha. Caso for um encontro pessoal de autor e leitor: atendimento recebido e organização do espaço.
Quando se fala em valor percebido, o último ponto que se avalia é a quantidade de dinheiro investido, porque é isso que a obra se torna: um investimento. Não importa o autor dizer que é a melhor coisa que o leitor vai ter contato para o resto da vida se o mesmo não tiver essa impressão por si próprio, nem que seja ligeiramente. Seres humanos gostam de sentir que fazem decisões por escolha própria ou que descobriram algo que ninguém mais descobriu, que é a sensação de exclusividade e especialidade.
Não é uma tarefa fácil, claro. Até sem ter que pensar em tudo isso é difícil saber quanto cobrar em qualquer trabalho. Mas se a decisão do preço a ser cobrado por uma obra considerar, além de todo seu custo unitário de produção, esses ambientes macro e micro que se relacionam com o cliente, ela tem mais chance de sucesso nas vendas que uma obra com preço definido arbitrariamente.
Eu poderia escrever e divagar ainda mais sobre o tema, mas como disse inicialmente, não é uma área na qual tenho grande experiência ou formação, e além disso os textos semanais são dicas e instigações, não artigos acadêmicos. Espero que tenha ajudado de alguma forma.
Até semana que vem!
PS: Já leu o texto da semana passada? Aqui o link!
PS2: Ah, vocês estão curtindo os textos? Tem algum tema que gostariam que eu escrevesse?
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