O Gibicon, que agora se chama Bienal de Quadrinhos de Curitiba, mostrou que mudou para melhor. O nome antigo foi abandonado para uma apresentação mais formal (explicado um pouco melhor aqui) e muitos de nós ainda não conseguimos memorizar a nova nomenclatura, cada hora chamando de um jeito, mas talvez pro próximo isso já esteja mais fixado na cabeça do povo quadrinista.
Eu lembro que a primeira vez que ouvi falar deste evento foi voltando do FIQ 2011, no aeroporto. O Fabrizio Andriani, um dos idealizadores do evento, comentou comigo e com o sempre presente Rafael Marçal que iria começar um evento lá em Curitiba/PR. No ano seguinte alguns amigos foram para lá conhecer a 1ª edição (também existiu uma edição ZERO antes) e gostaram bastante do que rolou. Então, quando fiquei sabendo que teria novamente em 2014, marquei presença e até gravei um vídeo do evento para o meu canal antigo. Enfim, o 2º Gibicon também foi um sucesso e eu prometi que com certeza voltaria para o próximo.
Como explicarei melhor no post do Making Of do Tinta Fresca, meu objetivo do ano era lançar o meu maior quadrinho até então e ainda poder participar de vários eventos com ele. Felizmente tudo rolou bem na produção (na medida do possível para uma dupla iniciante) e combinei com o meu parceiro de projeto, Vinícius Gressana, que lançaríamos a HQ lá em Curitiba. No meio da produção ele se mudou para lá e então ficou ainda mais tranquilo. Tudo pronto, caixas de livros entregues, parti para a longa viagem de Campinas até lá de carro.
Chegando na quarta-feira (07/09) a tarde, encontrei na casa do Vinicius também o Glauber Lopes, amigo de São Paulo que conheci por aqui a uns dois anos, e já fui apreciar a qualidade da impressão do livro. Fiquei feliz demais em ver que superou todas as minhas expectativas, mas passado o deslumbre, ou parte dele, fomos colar as etiquetas de destinatário e remetente (o idiota aqui imprimiu em papel normal ao invés de imprimir em etiquetas adesivas diretamente, mas foi por falta de tempo). Resumindo essa parte, para não encher o post só com bastidores dos envios, só consegui terminar de autografar a minha parte às 1h30 do domingo, antes de começar o último dia de evento.
Na quinta cedinho o Herbert chegou e fomos para o evento que já estava para começar. Era feriado em Curitiba e a cidade estava meio parada, mas no evento o público compareceu legal. O Edran, um dos organizadores, passou para ver se estava tudo certo, mas no fim nem precisamos procurar organizadores, porque tudo correu sem problemas. A galera do primeiro dia passava nas mesas dos independentes do evento meio tímida e eu ensaiei com o Vinícius nosso primeiro evento como parceiros de mesa, apresentando o nosso livro que era lançamento e os outros nossos já publicados, às vezes um atropelando um ao outro, mas no geral funcionamos bem, vendemos alguns Tinta Fresca e bastante dos outros livros e pôsteres. Vale destacar aqui que a palavra lançamento chamava bastante atenção dos transeuntes, fazendo-os pegar o livro e folhear, uma estratégia que eu nunca tinha testado em eventos anteriores.
Infelizmente, como sempre, aproveitei pouco do que o evento oferecia em relação a palestras e convidados, passando o tempo todo vendendo e conversando com amigos, mas de qualquer forma o que rolou na sexta valeu a viagem. Voltamos para casa um pouco cansados do sol na cara que rolou na tarde lá pelas 22h, mas bastante satisfeitos.
Na sexta-feira o público foi um pouco menor, mas as vendas mantiveram-se na mesma média. Era um pessoal mais interessado do que o do dia anterior. Nossa máquina de cartão começou a morrer a bateria e só no final do dia descobriríamos que ela estava com defeito e não carregava mais (aguentou o quanto deu até domingo com um restinho de bateria). Fomos de lá direto do evento para a festa noturna que rolaria no Quintal do Monge, o Duelo de HQ. A nossa panelinha de webcomics desanimou de ir, mas nós fomos mesmo assim, juntamente com o Paulo Kielwagen (que na final venceu o Allan Sieber e foi o campeão), e lá encontramos o Felipe Cagno. Encontramos diversos figurões dos quadrinhos, conversamos com Sidney Gusman e Cassius Medauar brevemente, assistimos o tal duelo de desenhos até por volta das 2h e depois partimos, porque no dia seguinte tinha mais trabalho, provavelmente o dia mais lotado.
E foi. No sábado o trabalho foi bem mais pesado, vendemos mais que a soma dos dois dias anteriores, almoçamos ali mesmo na mesa uma marmita gigante infinita em um ritmo de trabalho frenético sob o sol, mas foi mais um dia bastante divertido. Os colegas Sr. e Sra. Coala, Marçal, Wes, Leo, Mari Santtos, Glauber e todos os outros vizinhos faziam o dia ficar ainda mais legal. Uma pena apenas não ter ido nem na festa com banda que rolou em outro bar e nem na churrascaria com os amigos, porque tínhamos ainda dezenas de livros para autografar até domingo cedo e não haveria outra chance.
O domingo começou já em clima de despedida e eu fiquei bastante triste por ter que partir cedo. Aproveitei o dia para visitar o Raphael Salimena e acabei trocando uma ideia também com o Felipe Horas. Às 15h juntei minhas coisas e iniciei a viagem de volta, já sentindo muita saudades de todos aqueles momentos divertidos que passamos juntos.
Os pontos altos do evento envolveram também a boa cerveja Irish Red Ale do estande do Quintal do Monge e a visita de algumas “celebridades” do meio na nossa mesa, elogiando o acabamento do livro e nos deixando bastante contentes.
Fica de novo aquela vontade de voltar e receber esse público maravilhoso de Curitiba mais uma vez. Até daqui dois anos!
Valeu!
Extras:
Foi simplesmente felomenal!
Eu nunca tinha nem visitado a antiga Gibicon, mas só pelos comentários do povo deu pra ver que o evento amadureceu em todos os sentidos.
E a noite no Recanto do Padre foi a melhor de todas! Hahahahaha!!
CCXP, here we go!!!