Como expliquei no artigo anterior, antes deste site eu tinha um outro projeto, o Esboçais, que criei em 2010. O nome era um trocadilho de “esboço” (pelas tiras serem apenas no lápis) e “boçal” (piadas bobas), que na época era genial e engraçado pra mim. O problema era que eu tinha uma séria dificuldade em explicar para as pessoas como escrevia o site e acompanhava pelo Google Analytics essa dificuldade (calma, esse também terá um artigo por aqui), vendo muitos erros na grafia do endereço.
Paralelo a isso, eu seguia mudando o layout do site, porque nunca estava satisfeito com a forma que o site estava. Pra mim parecia sempre algo amador ou antigo. Depois da última mudança eu estranhamente havia perdido boa parte do meu público regular e as visitas caíram bastante. Achei que era temporário, mas nunca mais recuperei aqueles números naquele endereço. Além disso, depois do FIQ 2013, resolvi dar um giro na minha curta carreira e criar um outro site e paralisar o Esboçais. Fiz um post rápido avisando a mudança e comecei a publicar as tirinhas e páginas de HQ no digofreitas.com. Mas as visitas do Esboçais não migraram, eu perdi aquelas pessoas para sempre. Até migrei o conteúdo de lá para cá e consegui deixar tudo de uma forma unida e ao mesmo tempo separada, apontei o endereço antigo para este novo. Mas, para aquele público e para o Google (porque perdi muito ranking lá), era o fim de uma era e o início de outra.
Escrevi esse resumo da minha história com sites para falar um pouco sobre público.
As pessoas criam costumes e tendem a repeti-los, também já falei sobre isso. E, tudo bem, as redes sociais ferraram todos os sites de tirinha que conheço, além de todos os outros sites de notícia e entretenimento também (que hoje choram por um mero clique). Mas, ainda sim, ter um site no “top of mind” e como refúgio seguro na internet de certas pessoas é sensacional. E eu acabei com essa confiança fazendo essas mudanças, não uma, não duas, mas várias e várias vezes. Por experiência e um pouco de uso de SEO, fui reconstruindo minha base de leitores, mas é uma longa caminhada daqui em diante. Ainda mais hoje, com as pessoas entrando em um site, vendo um link apenas, e fechando logo em seguida.
A mesma perda aconteceu quando o podcast Café com HQ ficou parado e depois surgiu a ideia do podcast Strippers, que eu estou cuidando atualmente. É um público que conseguimos formar através de anos e anos de trabalho duro gravando e editando que não vai migrar. Ele chegou ali de alguma forma, mas dificilmente vai entender que o projeto novo tem muitas similaridades com o antigo. O mesmo aconteceu com o podcast do Cinema em Cena para o Cinematório Café, Jurassicast para QueIssoAssim, Anticast no B9 para Anticast autônomo, etc, etc… Todos perdemos partes na mudança.
Fica aqui então a minha recomendação: se precisar mesmo recomeçar algum projeto, faça com cuidado, vá aos poucos migrando, direcionando, alimentando os dois e aos poucos indicando o novo caminho, pedindo para as pessoas conhecerem o novo projeto. Não dá para impedir todas as perdas, mas pelo menos é uma perda controlada.
Claro que ninguém escolhe começar errado e às vezes acabando desanimando de algum projeto de site antigo para começar um novo. Porém, se puder evitar, evite. É um pouco traumático.
Dúvidas? Sugestões de tema para os textos? Comentem!
Até semana que vem!
PS: Já leu o texto da semana passada? Aqui o link!
Quer receber esses meus textos no seu e-mail toda semana? É só preencher o e-mail, selecionar “não sou um robô” e clicar em “assinar”!