Eu gosto dessa foto por vários motivos, mas o principal é que foi o dia que finalmente conheci pessoalmente o Vinícius Gressana. Desde essa data ele se tornou um grande amigo e parceiro de projetos!
É uma afirmação engraçada, mas fazer um quadrinho em dupla é quase como um casamento: precisamos ter paciência, empatia, altruísmo, não ser exigente demais e admirar sempre o que o outro faz. Bom, vou contar mais ou menos a história de como Tinta Fresca virou um projeto de dois artistas:
Essa foto rolou em 2015 num evento regular que se chama Otaku no Nipo (tava em pausa, ia voltar esse ano em Abril, mas a pandemia ferrou tudo). Até hoje não sei muito bem como um cara de Curitiba/PR topou um evento sem muita expectativa de venda em Campinas/SP, mas ele veio. Se não me engano foi pelo Twitter que nos conhecemos, em 2012, e inclusive foi ele quem deu a excelente ideia do subtítulo da minha primeira publicação: “O Pedreiro – Vida, Obra e Cantadas” em 2013.
Nesse dia em Campinas trocamos muita ideia, demos muita risada e depois ainda saímos para comer o nacionalmente famoso Heisenberg’s Dog, que era um cachorro-quente de rua com purê azul cheio de referências à Breaking Bad. O sr. Rafael Marçal serviu de adulto responsável naquela noite hehehe…
Esse primeiro contato facilitou que ele tivesse o interesse em me ajudar com o Tinta Fresca. Inicialmente me chamou pra conversar e se ofereceu pra desenhar tudo, mas eu não ia abrir mão de participar do meu quadrinho que escrevia há 3 anos, então decidimos fazer desse jeito, como é até hoje: cada um desenhando metade da HQ.
Sempre fui o cara que pega as coisas pra fazer, sai fazendo e depois fica cobrando os outros por não terem feito o mesmo tanto ou se empenhado igual. Por isso trabalhos em equipe pra mim me irritavam um pouco, me decepcionava muito com a diferença do meu empenho pros das outras pessoas. A experiência com o Vini me ajudou a ser um cara menos crítico nesse sentido. Porque às vezes ele era mais rápido, às vezes eu. Às vezes eu inventava de refazer um monte de coisa e pra ele tudo bem também. Afinal, fazer quadrinhos é mais por amor do que pela grana, né?
Em um momento uns meses atrás, quando estávamos com o projeto parado até que ambos estivessem em condições de fazer a HQ, o Vini me mandou uma mensagem bem triste e chegou a comentar comigo que tinha medo de que a pausa que estávamos dando no projeto fosse prejudicar a data de lançamento e sugeriu sair do projeto. Eu fiquei tão chocado com a proposta que demorei um pouco até formular a resposta: não tem Tinta Fresca sem o Vini. O Ícaro é metade Digo, metade Vini. A Nat também. O projeto só funciona porque nós dois fizemos ele ser o que é nesses anos todos.
Sei que ao final de todas as HQ da série eu escrevi um agradecimento ao Vini pelo trabalho incrível que ele sempre faz, mas como esse vai ser o último dessa saga, merecia um texto maior e mais público.
Valeu, Vini, você é um amigo incrível. É uma grande honra trampar ao seu lado!
Abração!
Nos próximos dias vou explorar sempre algum ponto da minha produção de quadrinhos aqui e aproveito pra divulgar que dia 23, amanhã às 12h, entra no ar a campanha para financiar o terceiro e último Tinta Fresca chamado “Arte-Final”. Conto com o apoio de todos.
Valeu!