Quem paga e quem consome nem sempre são a mesma pessoa

Dicas / 25 de outubro de 2017 / Digo Freitas

Como já devo ter dito em algum texto aqui, estou terminando mais um curso, agora de Narrativa Visual, mas os temas abordados em aula são muito amplos. E em uma delas o professor levantou o tópico de público-alvo, público consumidor e do público leitor serem coisas muito distintas.

Imagine um cenário onde se quer produzir uma HQ infantil. Seu público leitor serão crianças, certo? Porém quem vai consumir este produto não são elas, pois não têm dinheiro para adquirir este produto, então o público consumidor são os pais destas crianças. Ao direcionar o marketing deste produto, você define o público-alvo da campanha de venda do mesmo. De novo, não sou formado nessa área, mas acho que precisamos levantar certos questionamentos para entender onde colocamos nossa arte.

Geralmente um escritor ou quadrinista quer apenas fazer sua arte e colocá-la para o mundo ver. Só que não necessariamente essa abordagem é a ideal para o sucesso dessa obra (que é totalmente relativo), porque entender quem seria o leitor deste trabalho é um grande passo para saber como mostrá-la. Se o público leitor é de jovens que gostam de romances e fanfics, que tal fazer uma abordagem de divulgação por fóruns e tags específicas nas redes sociais ao mesmo tempo que cria uma imagem geral para que os pais não tenham nada contra? Se é de adultos na faixa dos 30 em crise, que tal tentar entender os temas que mais afligem essas pessoas e bolar um material de campanha que tenha relação com as coisas que mexem com elas? E, voltando ao nosso cenário inicial, como convencer os pais, com poucas imagens e textos, de que aquela obra vai ser boa para os seus filhos?

E assim no trabalho físico, assim na internet. Isso se aplica a tudo.

Espero que essa discussão, mesmo sem respostas, possa trazer algum direcionamento na sua carreira artística.

Até semana que vem com mais um texto!

PS: Já leu o texto da semana passada? Aqui o link!