O seu trabalho online com quadrinhos, textos, fotografias, vídeos e conteúdos afins está disponível na internet gratuitamente. Procurar geralmente é bem rápido: você escreve algumas palavras-chave, quase um idioma rústico com que conversam conosco os buscadores, e lá está ele; multiplicado por mil, por vezes já copiado, recopiado, alterado, descontextualizado e reeditado, mas ainda é ele.
Porém o outro lado não é assim. Não é com poucas batidas no teclado que o seu conteúdo chegou ali. Pense quanta coisa você viu antes de criar o seu produto, seja ele o que for. Pense no tanto que você treinou, errou, corrigiu e acertou. Quantas vezes quase desistiu, quantas vezes temeu publicar, quantas vezes seu arroz com feijão funcionou melhor e as pessoas gostaram mais do que o seu prato especial? Quantas vezes?
Publicar na internet também é publicar, lembre-se disso. Anos atrás, antes da internet e talvez até antes de você nascer, se for mais jovem que este recente adulto que te escreve, era necessário aparecer no livro, na rádio, na TV, no panfleto, no que fosse, precisávamos de divulgação nos meios tradicionais, nem que fosse de graça. Ninguém ia encontrar você por acaso e saber que produz conteúdo olhando para a sua cara; as coisas nunca funcionaram assim no mundo físico. Então a única forma de aparecer era aparecendo de qualquer forma. Aceitando os convites que surgissem e os valores que oferecessem. Impresso a qualquer custo, para garantir o ganha-pão do futuro. Isso há anos atrás: agora não mais. A tentação do artista iniciante é aceitar o convite da “grande honra da publicação”.
Ao aceitar o convite de uma grande editora ou empresa para publicação gratuita do seu conteúdo, você prejudica não só a si mesmo, que deixa a imagem de pouco profissional por trabalhar de graça, mas toda uma classe de produtores de conteúdo que vive deste trabalho. Perde a oportunidade de ganhar um futuro cliente e ainda tira o futuro cliente de outras pessoas, afinal, se tem gente que libera o trabalho de graça, por que eu vou contratar que faz isso cobrando?
A conversa do “Mas já tá pronto, o que custa me mandar?” ou “Você fez isso em 15 minutos, por que cobra tão caro?” não deveria nem sair de garganta nenhuma e nem de texto nenhum. O custo de mandar é o preço do trabalho feito, obviamente. E os 15 minutos você soma no seu tempo de vida e joga de volta, pois foi esse o tempo necessário para fazer esse trabalho de 15 minutos.
Já o preço a se cobrar é outro universo, completamente caótico, e não vou me adentrar neste tema hoje, pois só queria esclarecer este assunto que muito me preocupa e que despertou novamente depois de ler um e-mail na minha caixa de entrada. Não é a primeira vez que acontece comigo e não deve ser a última com a nossa classe. Muitas vezes uma rápida conversa e o problema se resolve, mas a isca dos inocentes é constantemente jogada para tentar economizar uns trocados, por isso fica o alerta.
Aí você pensa: Por que você não devo publicar de graça? Ora, porque você não precisa!
Até a próxima!
Existem muitos sites que publicam poemas, contos, artigos, etc, de graça, alguns até cobram pra publicar. Ou seja, o autor não recebe um tostão de direitos autorais, só os donos dos sites faturam com anúncios. Acho degradante um escritor fazer isso, e, realmente seu nome é desvalorizado, pois, todos pensam: o que é de graça não presta. Esses “escritores” também desvalorizam totalmente a classe.
Vi uma proposta recentemente vendida como freelancer para escrever 10 artigos por mês num blog por 30 reais. Ou seja: TRÊS REAIS POR POST!
Eu sempre defendo que, se for para fazer muito abaixo do justo, prefiro usar meu tempo fazer algo para mim que talvez dê algum retorno futuramente.
Obrigado por comentar. Continue acompanhando o site!
Abraços!